Poeta: sujeito que costuma comparecer aos próprios desencontros.

Manoel de Barros


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fênix

É hora de juntar os cacos. 
Tirar o pó do que ficou guardado.
Hora de se revelar. 
É hora de limpar a casa,
lavar a roupa, o rosto, a alma. 
Hora de acordar o sol. 
É hora de descer do muro,
consertar o que está quebrado 
e se despedir do que de fato,
já não tem mais como ajeitar. 
É hora de fechar os ciclos, 
atravessar suas mortes,
abrir outras janelas
e deixar a brisa entrar. 
É hora de encarar a vida
aceitar as despedidas.
Hora de deixar partir,
sem saber se um dia voltará.
É hora de pedir ajuda dentro
É hora do des-conserto.
Hora de ser você. 
É hora de matar a culpa.
É hora de afogar as penas,
 e parar de se adiar.
É hora de aceitar o espelho,
as rugas, defeitos, pretextos.
E deixar o fogo queimar.
É hora de inventar  novas perguntas  
e esquecer respostas cansadas. 
Hora de voltar a sonhar.
É hora de desestabilizar o certo,
e questionar o que está há tempos
parado no mesmo lugar. 
É hora de olhar a lua, a rua, os olhos. 
Hora de recriar o amor.
É hora. Agora. E já faz tempo que é... 
É hora de girar o mundo.
É hora de deixar pra lá.
Andar descalço, sorrir sozinho, 
ser você o seu grande amigo.
É hora de se bastar.
É hora de parar os relógios
e suspender o tempo.
Hora de respirar.
É hora de preparar o vôo,
Fazer do medo sua coragem.
É hora de voltar pro céu.
Hora de se reinventar. 

5 comentários:

  1. Carammmmmmmmmmmba...que...lindo...me arrepieiii
    perfeito..sublime..verdadeiro...essa é a vida, cada dia uma renovação, ou aprendemos a ser fenix ou sucumbimos a vida...bjs Bi..parabens

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  2. FUI EU A ANONIMA...HELOISA SABACK

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  3. Bi, adorei, fantástico, muito bom mesmo!! beijos

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  4. É hora de vida, vida em abundancia, em desmesura, em experimentação, porque tudo que não muda morre!
    MUITO LINDO AMIGA!

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