Poeta: sujeito que costuma comparecer aos próprios desencontros.

Manoel de Barros


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Das medições 2 ...


... e com quantas ausências de olhar
se mede o tempo de vida
da flor que ninguém
nunca viu?


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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Das diversas formas de se deixar

Sabia que existiam diversas formas de se deixar. Escolheu a sua. Jogou tudo fora e sumiu. Das diversas formas de deixar uma história, a sua, implicava em fazer de conta que ela nunca existiu. Decidido, foi embora. No lugar, na história e no buraco de um sentimento, ficou a forma. Vazio 




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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Da pré-estreia



Já tive filhos,
Já escrevi artigos,
Já plantei árvores.

E sigo com a sensação de que ainda nem comecei...



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A borboleta preta


Acreditava que borboletas eram flores voadoras. Que viviam para encantar os homens com seu vôo colorido. Um dia, fiz amizade com uma delas. Todinha preta! Sem colorido algum em suas asas. Uma borboleta silenciosa de cor. Seu silêncio destruiu minhas crenças e quebrou meu espelho. Para voar, não era preciso se fantasiar de flor. Para ser viva, não era preciso encantar os homens... 








sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11.11.11




E foi assim, chegou o dia, 
mas o fim não chegou.
voltamos todos 
a ter que enfrentar 
nossos próprios finais.



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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Bolha

Cada vez que o mundo assustava
Corria pra dentro da bolha
E voltava a erguer o seu muro.


Fazia de conta que não doía
Fazia de conta que o coração dormia
Fazia da bolha, mundo seguro.


Transformava tudo lá fora
Miragem longe dos olhos
No céu de quem não pode voar.


Grande demais para o seu medo
Um céu feito pra não viver
Vida imensa pra ver passar.


...


Dizem que não morreu.
Adormeceu dentro da bolha
E fez de conta que sonhava.
Enquanto a vida lhe escapava
Por entre os dedos dos nãos...


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