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Nossa forma de vida nos faz esquecer a comunicação que existe entre o silêncio e o corpo. E é dessa forma que, reconhecendo as possibilidades expressivas do silêncio, podemos, inclusive, reconhecer e ir ao encontro de nosso próprio equilíbrio, desenvolvendo-o também nos outros.
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Para atingir o ritmo não-audível é necessário rastrear outra dimensão do movimento, e nossos corpos, nossa mente, aquilo que somos como seres humanos deve sensibilizar-se, deve compreender, deve perceber para chegar a esse encontro.
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Essa linguagem não-verbal é de uma riqueza enorme e denota os estados interiores, ou seja, nosso mundo interno; e faz com tal expressividade que se o analista, o psicólogo ou o psiquiatra pudessem reconhecê-lo, conheceriam mais seus pacientes assim do que através da palavra.
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Dançando de dentro para fora e reconhecendo-nos através de nossos corpos, sentimo-nos melhor. Primeiro nos aceitamos e depois aos outros. A dançaterapia é um caminho aberto a uma integração total, já que o corpo assim estimulado faz aparecer áreas adormecidas que nos transformam; ao expressá-las, representamos nosso mundo oculto e nos sentimos melhor.

Maria Fux
Fragmentos do livro "DançaTerapia" - da bailarina argentina Maria Fux, escrito em 1982 sob o título original Primer Encuentro con la Danzaterapia.